quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Desaparecida em combate.

Estou viva! Mesmo. Sou eu que aqui estou. No fim da segunda semana de um novo desafio profissional, não podia estar mais satisfeita. Sinto que tomei a decisão e passos certos para o meu futuro. Sinto-me realizada, ao fim do dia. Sinto-me útil.

Só quem passou por uma situação de desemprego é que sabe como custa. Estive desempregada dois meses e meio, o que na conjuntura actual, é muito bom. Custou-me horrores (não só pelo desemprego, mas isso são outras histórias). Sentia-me cansada de não fazer nada, despeitada pelas propostas que me faziam. Estou eternamente grata "ao Universo" por me dar esta oportunidade. Oportunidade esta que consegui por mim mesma, sem recurso a cunhas ou conhecimentos. Sinto-me valorizada por isso. Sinto-me bem.

Estou desaparecida em combate mas por um óptimo motivo. Ando a conhecer pessoas novas, diferentes, fantásticas. Estou a habituar-me a viver de outra forma, por mim mesma. Não dependo de ninguém. Tenho os meus pais a 300 kms mas nunca me senti tão próxima deles. Tenho amigos que cá estão. Em pensamento ou ao meu lado - e são os melhores do mundo. Estou viva! Estou livre!

Boa Black Friday ;)

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Caro Sr. Presidente da Câmara,


Tenho tantas coisas boas e bonitas a dizer da sua cidade. Se seguir o meu blog, decerto já reparou no meu fascínio por esta terra que já por duas vezes me acolheu tão bem. Quem me conhece sabe que sou um pouco sindicalista, mas nos últimos tempos tenho andado sempre com um sorriso na cara para afastar as más energias.

No entanto, existe uma coisa nesta cidade que me perturba, e já o sinto há anos. Ora eu sou da opinião que quando uma coisa existe, tem que ser bem feita e bem estruturada. Desculpe-me a expressão mas, a STCP não presta. E já que gostamos de pontos finais na invicta, a STCP não presta, ponto. Não aponto nada ao Metro, não aponto nada aos privados, como a Resende. Funcionam sempre bem e a horas.

Não entendo como se justifica que numa hora em que se prevêem vários autocarros (um a cada dez minutos) só passe um. Não se compreende como é que este autocarro vai apinhado de pessoas que sufocam no calor umas das outras quando lhes é "prometida" uma viagem rápida - say what?

Ora vejamos, de manhã, tenho ido sempre a pé para o trabalho. Demoro cerca de 40 minutos, é um caminho distante (só terei a minha casinha para a semana). Não se compreende como é que nos ditos minutos que faço a pé só passa um autocarro que está marcado para aparecer a cada dez minutos. E mais. De tarde, cansada do dia de trabalho, tenho decidido apanhar sempre o mesmo autocarro. Passa um por hora - e relembro, está marcado para passar a cada dez minutos - e demora mais tempo a chegar ao destino do que se eu fosse a pé.

Eu não acho isto normal. Alguma coisa tem de ser feita. Mais acesso, menos dinheiro em luzes de Natal e mais nos serviços de transporte, eu sei lá. Seja criativo, tenha ideias. Não castigue os habitantes da cidade que tanto amam. Aposto que o Phil Dunphy, o seu célebre doppelgänger, arranjaria uma solução prontamente.

Aqui termino, reforçando que amo esta cidade. Mas não a STCP. A STCP é um grande cocó. Ponto.

Com os meus melhores cumprimentos,

Andorinha Alfacinha

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Andorinha da Invicta


E cá estou. Beijinhos dados, despedidas feitas. Dias de arrumos. Físicos e psicológicos. Voltar para esta cidade não é fácil. Se por um lado aprendi a amá-la, é sempre difícil estar longe da família. As asas que me acolheram há uns meses, quando tudo na minha vida desabou. Não fiquei só, a família não deixou, os amigos não deixaram que me sentisse perdida.

E agora, aqui estou eu, feita guerreira, a rumar contra a corrente para conseguir o meu espaço. Estão a ser dias de uma nova realidade, novas pessoas, novos cheiros e lugares. Dias de sentimentos em conflito. Dias em que me ponho em causa e dias em que me dou um self high five.

Venha o que vier, eu não desisto. Não tenho de provar nada a ninguém senão a mim mesma. Sou forte, adapto-me facilmente, vou conseguir. Uma andorinha na chuva da invicta, mas com um novo sorriso. E só passaram dois dias.

domingo, 16 de novembro de 2014

Daquelas coisas.


Abro parêntesis na minha vida atarefada para falar de um evento mais que importante. Estes dois meninos vão à Comic Con no dia 8. E de repente tudo faz sentido. O Universo quer-me na Invicta para os ver. Obrigada pela generosidade, querido Universo. Não me esquecerei desta!

fangirl mode: on.

sábado, 15 de novembro de 2014

Em modo Zen!


Começar do zero nunca é fácil, mas também é excitante e intrigante. Estou cansadíssima, estou estourada. Passei uma semana de marcações, de procura de casa, de malas por fazer e planos por cumprir.

Foi uma semana de despedidas, as esperadas e as inesperadas. Daquelas pessoas que não se esquecem. Uma semana de comes e bebes, de risos e nervosos miudinhos. Estou cansadíssima e estourada sim, mas com um daqueles cansaços que tão bem sabem. Que existem por um bom motivo.

Provavelmente, nos próximos dias, estarei mais ausente. Esta noite estou em modo Zen, eu mereço. Boa noite, e um brinde aos aventureiros, aos que não desistem e aos novos começos!

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

A arte do Hakuna Matata


Outra das coisas que aprendi em pequena e que só ultimamente pratico é a arte do Hakuna Matata. Quem me conhece sabe que fervo em pouca água, que dou o tilt com qualquer notícia e que qualquer programa de televisão delicodoce me faz soltar um mar de lágrimas.

Quando era mais nova era pessimista de gema. Nos últimos anos cresci muito. Nos últimos meses ainda mais. Agora, considero-me optimista, e tão depressa a tempestade se apodera de mim como se dissipa. Na verdade, passo do 8 ou 80 com uma grande facilidade. Posso estar chorar porque não encontro a casa ideal e um minuto depois fico histérica porque um actor vem à Comic Con - este caso passou-se hoje, claro está.

Parece que finalmente sou mestre na arte do Hakuna Matata. Devemos aprender com os erros do passado, mas atirá-lo para trás das costas dá-nos uma liberdade imensa. Porquê sofrer se temos a escolha de não sofrer? Porquê chorar se podemos sorrir? Por muito má que a vida nos esteja a parecer, nós é que controlamos a forma como lidamos com ela.

Quanto mais dizemos que algo nos corre mal, pior irá correr. É a lei da atracção - isto não são só balelas dignas de best sellers. A verdade é que se encararmos tudo com soluções, em vez de problemas, a vida torna-se muito mais fácil. Odeias o teu trabalho? Procura outro. Pode demorar a chegar, mas irá aparecer. Não gostas de quem te rodeia? Muda de companhias. Está a chover? Não podemos ter sempre sol. Que tal cantar à chuva? :)

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

10 pessoas que me irritam no Facebook


Desde já, peço desculpa aos meus fiéis seguidores se fazem parte desta lista, mas estas coisas têm de ser ditas. Se fazes parte de um destes tipos, estás a envergonhar-te a ti mesmo/a. Sim, muita gente te bloqueia porque te acha insuportável.

A pessoa omnipresente. Aquela pessoa que publica tudo o que faz, onde está e com quem está. Parece que tem medo de se perder ou acordar com amnésia e assim, recordar-se de tudo o que fez na véspera. Ninguém quer saber que comeste um gelado aqui e dez minutos depois fizeste cocó ali.

O bebé fofinho e ternurento. Aquela pessoa que quando tem filhos ou é padrinho/madrinha, torna a sua página num altar à criança. Foto de perfil com uma criança feliz, frases sobre como é bom ser mãe, ou todas as notícias sobre bebés. Já todos percebemos que tens um filho. Por muito orgulho que tenhas, o teu filho não és tu. Cada dia que passa, tenho mais amigos com esta febre. MEDO.

Os siameses. Aqueles casais que têm o Facebook em conjunto. Ah, é uma prova de que confiam um no outro? Tá bem. Para mim é uma prova que não têm personalidade nenhuma. E depois, sei lá com quem estou a falar.. és o Joaquim ou a Maria? Estou confusa.

Emo land. Aquela pessoa que só fala mal da sua vida. Que só põe notícias tristes e tá de mal com tudo e com todos. "Tenho fome", "Dói-me a alma", "Ninguém me ama". Ok, attention whore. Todos sabemos que queres comentários e palmadinhas nas costas. A verdade é que no one cares.

O gamer das fazendas. Mas não um gamer qualquer. Só joga joguinhos de Facebook e envia convites a cada dez minutos. Já ninguém tem paciência, isso é tão anos 2000. Arranja antes uma Playstation - mas não partilhes todos os troféus que ganhas.

O lurker. Aquela pessoa que lê tudo e sabe tudo sobre os outros mas nunca diz nada. Um dia, é capaz de te dizer "Ah, eu vi essa tua foto! Está tão gira!" - eles andam sempre à espreita, mas dar sinais de vida, está quieto.

O posta tudo. Aquela pessoa que publica tudo. O que gosta, o que não gosta, os gatinhos desaparecidos e a review da série Xis. Todos temos Facebook para darmos a nossa opinião, mas ter o nosso feed invadido pelas notícias de uma pessoa só...

A lavagem automática. Aqueles casais que lavam a roupa suja em directo, para todos nós vermos. Todos sabem quando acabaram, porque acabaram e quando reataram. Ok, confesso que até tem uma certa piada. *grabs popcorns*.

O come quizzes. Já falei deles neste post. Fazem uma média de cinco por dia. Ninguém comenta, ninguém põe like, isto devido à saturação da informação excessiva que esta pessoa publica no seu mural. Calma... a internet já existe há algum tempo.

O mete nojo da bola. Quando a sua equipa perde, este facebookiano fica calado que nem um rato. Mas quando as equipas dos outros perdem, chovem comentários jocosos, fotomontagens futebolísticas feitas no Paint, e toda uma panóplia de comentários acerca do mau jogo. Dos adversários, claro.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Fakers gonna fake, fake, fake.


É um cliché, mas a maior verdade é que os verdadeiros amigos se contam pelos dedos das mãos. A palavra amor não é a única que se tornou banal. O verdadeiro sentido da amizade parece ter-se evaporado.

Todos são considerados amigos - os colegas, os familiares, os mais próximos e os mais distantes, os ex e os actuais, aqueles 300 que temos nas redes sociais. Quantos deles estão lá quando verdadeiramente precisamos? A amizade não pode ser one-sided. Um verdadeiro amigo sabe quando o outro precisa dele.

Desde miúda que tenho tendência a pôr os desejos dos outros à frente dos meus, as suas preocupações à frente das minhas. Muitas vezes ajudei, lutei e dei tudo de mim por alguém, sem esperar nada em troca. Não devemos esperar algo em troca dos outros mas sabemos que, se são nossos amigos, farão o mesmo por nós.

Os últimos meses, alguns dos mais complicados para mim a nível emocional, foram decisivos e abriram-me a pestana. Não pedi nada a ninguém. Não me viram a pedir conforto, companhia e carinho. No entanto, tive tudo isto daquelas pessoas que me querem bem, que são as verdadeiras amigas. Sejam elas amizades recentes ou antigas, estou muito grata por todas elas.

Outras pessoas descartaram-se totalmente da minha vida. Foi um choque para mim. Quando ouvimos um "não te disse nada pois não sabia o que te dizer", estamos a ouvir uma grande balela. Quem gosta de nós, demonstra-o. Se não sabem o que dizer, têm sempre um gesto para demonstrar o seu carinho. Sempre fui ingénua em relação às amizades. Posso ter ficado magoada quando percebi que a palavra amigo não era a mais correcta mas, como tudo na vida tem um lado bom, cresci mais um bocadinho.

domingo, 9 de novembro de 2014

10 Coisas que Adoro na Invicta


E sem ordem de preferência:

A cidade. Em si, é lindíssima. Nada me dá mais prazer que deambular pelas ruas da baixa, de encontro ao desconhecido. Há sempre surpresas boas pelo caminho e edifícios espantosos.

A simpatia. Chamam-me moura, mas com um sorriso trocista. As gentes do norte são muito afectuosas, calorosas e parece que nascem com o dom de bem receber.

A comida. Desde a típica francesinha ao peixe grelhado na praia, só se come bem no Porto. Só aqui é que se consegue pagar tão pouco por tanta qualidade (e quantidade).

A ribeira. É única. As suas cores e gentes, a música pimba às janelas e a vista fabulosa.

A praia. Onde quer que eu esteja, tenho de ter o mar bem perto. A água por vezes é gélida, mas com uma beleza natural inquestionável.

A dimensão. Como menina da capital, acho que tudo na Invicta fica perto. Num instante ponho-me em qualquer lado e, se tiver de ir a pé, não haverá grande problema.

A cultura. Como designer, aprecio uma cidade que dá relevo à arte e cultura. Não faltam exposições, inaugurações, galerias e lojas artísticas.

As vistas. Qualquer miradouro da cidade garante uma vista fabulosa, principalmente com vistas para o rio. O meu novo spot favorito é o Jardim das Virtudes, onde uma princesa me levou em tempos.

O São João. Já fui às festas de todos os santos e mais alguns, por esse país fora. Nenhuma se compara a esta. Recomendo a todos, pelo menos uma vez.

A Ryanair. Agora também já há em Lisboa, mas com menos destinos. Já viajei, pelo Porto, para inúmeras capitais e cidades por esta Europa fora. Algumas, por menos de 50 euros, ida e volta.

Claramente, estou em modo countdown para a minha nova aventura.

sábado, 8 de novembro de 2014

Girl Power

Salvo raras excepções, qualquer rapariga nascida nos finais dos anos 80/inícios de 90 sofreu de uma febre incontrolável: Spice Mania. As Spice Girls não duraram muito tempo, mas a sua estadia foi tão intensa que se tornaram inesquecíveis.

Quem não se lembra das colecções de cromos e de fotos, das cassetes VHS com os videoclips, os CDs branquinhos e as cópias em cassete para ouvir no Walkman? E ainda o desodorizante, os perfumes, as bonecas iguais às originais.

Todas nós tínhamos uma favorita, aquela que "queríamos ser". Imitávamos os seus looks, os seus pentados e jeitos. E, hoje em dia, revemos fotografias desses tempos e rimo-nos das nossas figuras ridículas. (A minha favorita era a Posh, ninguém gostava dela mas eu delirava com as roupas e penteados. Tinha sempre o penteado igual ao dela, inclusive quando fez o seu pixie - eu fiquei horrível).

No curto tempo em que duraram, ensinaram-nos isto: Girl Power. Uma espécie de feminismo rebelde dos anos 90. E não só elas. As séries que víamos na TV, desde a Xena, a princesa guerreira, a Buffy, a caçadora de vampiros, transmitiam uma mensagem poderosa e feminista. Nós somos capazes de tudo, tomamos as nossas próprias decisões, ninguém nos pode controlar.

Seria de esperar que todas nós, que ouvimos essa máxima centenas de vezes, continuássemos a pratica-la. Hoje em dia, penso que é um dos melhores conselhos que os anos 90 nos trouxeram. A vida só faz sentido se for partilhada. Mas, nesta partilha, é muito importante que nos respeitem e dar-mo-nos ao respeito.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Oh, a Ironia.

23 Convincing Reasons "Surprise, Bitch" Is Actually The Best Meme Of 2013

Eu bem digo, quase diariamente, que o Universo é muito matreiro. Às vezes apanhamos uma chapada de luva branca para ver se acordamos. Outras vezes, temos surpresas inesperadas que nos arrepiam até à medula. Há dias em que não cabemos em nós de tão felizes que estamos. E o Universo, este grande matreiro, por vezes "diz": "Ai não queres? Agora vais estudar essa lição até aprenderes".

Alguém se lembra do post de domingo passado? Sim, aquele post. Pois. O Universo achou que o meu post foi tão sentido e tão bonito que decidiu dar-me uma surpresa. Surpresa esta, que inclui contrato de trabalho, estabilidade financeira e a tão desejada liberdade que eu lhe pedia. Mas com uma condição, porque nada é grátis nesta vida. Uma nova experiência, na cidade que não me esqueceu.

Sou fiel às minhas palavras e, há cinco dias atrás escrevi que "não há melhor maneira de encarar os nossos medos do que agarrá-los pelos cornos". Dito e feito. Estou de malas feitas e de partida!

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Uma questão de personalidade!


Há uns tempos, descobri o teste de personalidade Myer Briggs e fiquei absolutamente surpreendida pela resposta. Primeiro, porque achava que este era apenas mais um teste que não devemos levar muito a sério. Em segundo lugar, porque a resposta que me deu é a minha cara.

A minha personalidade é ENFP, o que significa que sou uma pessoa extrovertida, intuitiva, sentimental e perceptiva. Sempre interessada em pessoas, expressiva e cheia de ideias a fervilhar na minha cabeça. Dou muitas oportunidades a quem me magoa, até chegar ao limite. Sempre em busca de aventura, entusiasmando-me com pequenos detalhes do dia a dia. Também tem as suas coisas más, como pôr quase sempre a vontade dos outros à frente das minhas. Confere.

É um teste muito interessante para se fazer, até para nos conhecermos melhor e aos nossos limites. Podem fazer o vosso teste clicando nesta página. E, para saberem mais sobre o tipo de personalidade que vos calhou, visitem esta página. Esta fala da carreira, do amor e da vida de acordo com o vosso resultado. Bom teste!

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Da Partilha.


Gosto de pessoas. Adoro conhecer pessoas novas, de estar e conversar com elas. Já referi anteriormente que ando em busca de trabalho e, sempre que estou numa entrevista, dou por mim a pensar que sou uma fala barato porque estou entusiasmada com os novos conhecimentos que acabei de fazer.

Dou muita importância aos momentos que estou a sós, comigo mesma e com os meus pensamentos. Apesar disto, sinto que estou no meu expoente máximo quando estou acompanhada. Adoro partilhar um momento com alguém, seja essa pessoa querida por mim ou um autêntico desconhecido. Ao fim ao cabo, as nossas memórias são grande parte de nós. E as que vou guardando com carinho são as de momentos de partilha, de cumplicidade, de companhia, de gargalhadas e mesmo momentos mais tristes. Tirem-me tudo, mas não o contacto com os outros.

Tenho me sentido sozinha ultimamente. Passei de dias rodeada de dezenas de pessoas a momentos que passo apenas comigo e com a minha consciência. Sei que preciso destes momentos e é com eles que cresço e aprendo a seguir em frente. Mas aquele prazer, aquela adrenalina, aquele entusiasmo que por vezes sinto é apenas vivido em partilha. Aconteça ela pessoalmente ou através da escrita.

Adoro pessoas e tenho adorado partilhar os meus momentos convosco.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Tinta


Durante anos sonhei fazer uma tatuagem. Sabia que a queria, mas não o que queria fazer. Apesar de ser uma pessoa de certa forma impulsiva, não queria algo sem significado. Por isto mesmo passei anos e anos a magicar o que tatuaria na minha pele. Só sabia o local onde queria - no pulso.

No início deste ano soube finalmente o que gostava de tatuar. Deixei a sua imagem no meu ambiente de trabalho - podia-me dar a loucura do momento e fazê-la sem pré-aviso. Esse dia surgiu em Março. Aproveitando a boleia de uma amiga que também ia fazer uma, tomei a decisão de a fazer, praticamente sem pré-aviso.

Não me arrependo, nem um bocadinho. Não me arrependo de ter desiludido a minha mãe, que poucos dias depois esqueceu o assunto. Não me arrependo de ter feito uma marca para a vida no meu pulso. Não me arrependo de a ter feito só para mim, virada para mim, com a mensagem que acabaria por ler diariamente desde então.

Hoje, meses mais tarde, continuo a sorrir cada vez que a vejo. Escrevi esta mensagem para mim numa altura da minha vida em que tudo me corria bem. Por vezes, sinto que lá no fundo saberia que iria precisar de a ler todos os dias num futuro próximo. Se me sinto triste, olho para o pulso e sorrio.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Vade Retro


A quantidade de pessoas que me sugam a energia é demasiado elevada. Os vampiros não são seres imaginários, eles estão por aí, em cada bairro, em cada esquina. Vão sempre sugar a nossa energia positiva, directa ou indirectamente. Por vezes, basta ler o nome delas.

O segredo está na nossa capacidade em gerir as nossas emoções quando nos deparamos com uma destas pessoas. Se alguém souber, que me diga. Baby steps, baby steps.

domingo, 2 de novembro de 2014

Regresso


Não era suposto voltar tão cedo. Queria evitar encarar a cidade onde vivi tudo e onde tudo perdi. A cidade onde me tornei independente, onde me senti em casa no primeiro dia, a cidade onde, em criança, vivi sempre férias inesquecíveis.

Escolhi lá viver por amor. É a única definição que tenho para o que sentia. Deixei a capital de armas e bagagens rumo ao Norte e instalei-me com um sorriso na cara e de braços abertos, pronta para esta nova realidade. Lá fiz amigos, estudei que me fartei, encontrei o meu primeiro emprego, voltei a apaixonar-me todos os dias. Com o tempo, comecei a considerar esta cidade como minha. Deixamos sempre um pouco de nós por onde passamos.

Não era suposto voltar tão cedo para a cidade onde me tornei mulher, onde deixei de ser a menina dos papás acabada de licenciar e encarei todos os desafios de uma nova Universidade. Onde conheci pessoas tão diferentes das da capital e onde dei os primeiros passos na minha área ao lado dos melhores. Fiz bons amigos, esqueci os maus. Passeei, fotografei, comi, visitei, pintei e sorri. Sobretudo, amei muito.

Depois de tudo o que vivi nesta cidade maravilhosa, parece infantil eu andar a evitá-la a todo o custo. Pode uma desilusão fazer com que esqueçamos tudo o que vivemos? Não era suposto voltar tão cedo. Mas ainda bem que voltei. Não há melhor maneira de encarar os nossos medos do que agarrá-los pelos cornos. Não foi a cidade que me esqueceu, foste tu. E por isso, nunca mais vou largar a cidade que me recebeu de braços abertos. Até já, Porto. Um brinde às boas memórias!

Posso cair, mas vou sempre levantar-me.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Gratidão.


Nos momentos mais complicados da nossa vida, temos sempre tendência em agarrarmo-nos às coisas difíceis. Ao que nos fez chegar aqui. E, principalmente, aos porquês. Porquê eu? O que fiz para merecer isto? O que podia ter feito para que isto não tivesse acontecido?

É muito importante tentar (e friso tentar, porque é algo trabalhoso) focar toda a nossa atenção nas coisas boas. É impossível ser tudo mau. Há que sentir gratidão por algo na nossa vida e é a isso que nos devemos agarrar.

Como diz a nossa amiga, posso não ter nada, mas sinto que tenho tudo. Vivo numa das capitais mais lindas deste mundo. Estamos em finais Outubro e ando de vestido de verão, a comer gelados, ao sol. Tenho amigos. Dos antigos, dos novos. São poucos, mas os que o são, são sempre. Sinto-me grata por, apesar de tudo, sentir capacidade de amar. Sinto gratidão por saber que, um dia, vai ficar tudo bem.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Descartabilidade das coisas.

É tudo descartável. Os objectos que nos rodeiam são descartáveis. Os móveis são descartáveis. Nas empresas, qualquer trabalhador é substituível e descartável. O talento é desperdiçado. Os canudos já não interessam. Os amigos descartam-se quando não precisam uns dos outros. Se o amor dá muito trabalho, é logo descartado. Os portugueses são descartáveis, coitados.

Só vejo descartanço à minha volta.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Da falta de argumentos.

Quando as "celebridades" se enterram à grande e à francesa, das duas uma: ou pedem desculpa e passados uns anos já ninguém se lembra disso, ou nunca mais serão dissociados da imagem que passaram cá para fora. Coitada. Cheira-me que a Luana Piovani já não vem a Portugal sem levar com um pastel de nata na cara. Falta de argumentos dá nisto. Às vezes mais vale ficar-se calado.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Respostas.


Sou uma pessoa muito curiosa em relação à espiritualidade. Não creio em nenhum deus específico nem sigo uma religião. Gosto de beber daqui e dali e de tirar as minhas conclusões. Nos últimos anos comecei a interessar-me mais e mais pelos mapas astrais, pelos estudos do ser que se formam quando nascemos. Interessam-me porque tudo o que li e me disseram bate mesmo certo com o que sou e me aconteceu durante a vida.

Por estar bastante atenta a este mundo, reparei que neste meio repleto de retiros espirituais, astrologia e energia, meditação e yoga, encontramos três tipos de pessoas:

Os curiosos, como eu, que gostam de filtrar toda a informação (filtrar, e não absorver), chegando às suas próprias conclusões.

Os zen, que conhecem-se bem, sabem o seu lugar na terra (não sei como, mas chegaram lá) e vivem felizes e em paz com o mundo e com os outros.

Por fim, talvez o grupo com maior número de pessoas. Este é feito daqueles que vivem dos retiros, dos ensinamentos, do tarot e da astrologia mas que, estranhamente, só encontram neles a felicidade instantânea.

Posso garantir que, de toda as pessoas que conheci durante a minha vida, algumas das mais tristes, infelizes e de mal com o mundo são as pessoas que mais fazem retiros espirituais, mais meditam, mais consultam os astros. Não faz sentido, mas é o que vejo à minha volta. Irónico, não?

Haverá uma correlação entre a busca incessante por respostas e a infelicidade? Não sei. Se calhar, as pessoas mais felizes são as que não procuram respostas, pois elas acabarão por chegar quando menos esperam.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

A última Coca Cola.


Tenho andado a reparar que alguns homens que me rodeiam, e também às minhas amigas, andam inchados como pavões e fazem questão de se vangloriarem de vários feitos, em nada extraordinários.

Ora se acham no direito de mandar abaixo, ou de controlar, ou mesmo de confessar que as trairiam num piscar de olhos se assim o quisessem, por isso "elas que sejam muito dóceis e delicadas senão ainda levam com um par de cornos em cima". Conselho meu - não sejam, por este tipo de homens, serão encornadas na mesma.

Meus queridos, tal como nós não somos as únicas para vocês, vocês também não são a última coca cola do deserto. É que nem perto disso. Porque para sermos achincalhadas, há muito homem por aí que pode fazer esse serviço. E se calhar, bem mais jeitosos que vocês. Já chega de controlo.

E às minhas amigas e a mim, só dou um conselho - arranjem maneira de serem felizes sozinhas. Porque homens, há muitos. Um dia, algum há de servir de vossa tampa. E se essa tampa não chegar, mais vale deixar a caixa aberta a todas as possibilidades.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

OMG mais um quizz


Lamento desapontar alguém mas os divertidos quizzes do Facebook e da Zimbio que fazemos nos nossos tempos livres não são substitutos de testes científicos de personalidade. Apesar de quase toda a gente saber disto, há sempre aquela pessoa que se agarra ao resultado de um destes testes como se a sua vida dependesse disso. Sim, essas pessoas existem, e chegam a comentar, em voz alta, "eu não faria isso, porque sou a Branca de Neve".

Não, não és uma pessoa aventureira porque és a princesa Pocahontas. O teu país é França? Ahhh deves ser uma pessoa altamente culta e interessante....not. Não és uma pessoa profunda porque saíste de um conto da Jane Austen. Provavelmente, a Jennifer Lawrence nunca sairia contigo, apesar do resultado dizer que vocês são BFF.

Please, don't take life too seriously. Já basta o resto!

terça-feira, 21 de outubro de 2014

O Tinder.



Com várias pessoas conhecidas a marcar pontos no Tinder, e como não devo nada a ninguém, entrei neste mundo novo à experiência. Longe de querer procurar um companheiro numa aplicação baseada em futilidades, pensei "porque não? é que eu gosto mesmo de conhecer pessoas novas".

Bem, se querem conhecer pessoas, não entrem no Tinder. Se querem conhecer pessoas, saiam à rua, visitem um museu, metam conversa no café. Porque se a vida imita a má televisão, o Tinder é equivalente a uma saída à noite com o elenco do Geordie Shore.

No início, é um exercício fantástico para o ego. O rapaz é giro e tem uma descrição engraçada (com um link para o instagram ainda melhor). Deu match! OMG, sou mesmo gira. E agora, o que lhe digo? Normalmente, ele mete conversa primeiro, mas parece tudo tão forçado que mete dó. Lembram-se das conversas do mirc? Pois. Se conseguirem ter uma conversa interessante com um match, não hesitem! Eles são raros!

Resumindo, a minha experiência de um mês e tal de aplicação diz-me que:
  • 80% dos utilizadores são pintas com fotos a mostrar o six pack ou na praia (big NO NO).
  • 15% podem ter quarenta likes em comum contigo, mas dão te vontade de fugir a sete pés. Pode parcer fútil da minha parte mas, numa app em que as pessoas são avaliadas pela sua carinha laroca, tem de haver o mínimo de atracão física.
  • 5% parecem perfeitamente normais... são os piores. A cinco minutos da conversa sobre a sua última viagem ao Cambodja, já está a pedir para dormir contigo. Really.
  • destes, só 0,001% consegue manter uma conversa minimamente interessante contigo que não leve ao "vamo-nos divertir esta noite?" ou ao "mas sabes que o Tinder é mesmo para isso, não sabes?".
Resta-me reflectir que aquilo não tem nada a ver comigo e espero que nem todos os homens disponíveis deste Mundo estejam ali metidos. É que para isso, prefiro o celibato. No entanto, se quiserem rir um bocado, a instalação é grátis e os risos são garantidos.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Do ir ou não ir.


Quem me conhece sabe que fico sempre um pouco triste quando alguém da minha geração sai do país e tenta a sua sorte lá fora. Em busca de uma oportunidade melhor e do reconhecimento, um a um, os jovens deste país saem para possivelmente não voltarem.

Fico triste porque o país fica mais pobre. Porque precisamos destes jovens. Porque o país não os respeita como eles merecem. Se todos saírem, que será do nosso país?

Tenho licenciatura e mestrado, tenho experiência. Sinto que ninguém me quer e ninguém me respeita. Na minha área, só se arranja trabalho por cunhas e, quando se arranja, é-se explorado até perdermos a vontade de trabalhar.

Já me ofereceram 600 euros por cerca de 60 horas semanais. Além disto ser um insulto a qualquer pessoa (e de ser super ilegal), só posso concluir que há quem aceite este tipo de trabalho. Onde está o respeito? Onde está o bom senso? E a compaixão?

Será que todos os que foram é que têm razão? Temo que sim. De que vale lutar por um país que não nos quer?

domingo, 19 de outubro de 2014

Trash TV



Em tempos, o Woody Allen mencionou que a vida imita a má televisão. Confirmo, em primeira pessoa, que esta é a mais pura das verdades, tendo em conta que os meus últimos meses parecem saídos de um mau episódio de Sex and the City.

Dizem que vivemos num país de grunhos, que se alimentam de reality shows onde vemos as vidas de outros que conseguem ser ainda piores. Que só quem não tem nada na cabeça é que alimenta este tipo de entretenimento televisivo. A verdade é que eu, licenciada e mestre, tenho retirado um grande conforto do lixo televisivo.

Se a nossa vida imita a má televisão, felizmente isto só acontece em momentos chave da nossa vida. Felizmente, não estamos rodeados de stress a cada segundo, não moramos numa casa com gente que não nos diz nada, e dificilmente levaremos com um detergente na cabeça só porque mandamos uma boca foleira.

Sim, eu vejo trash TV porque me abstrai dos meus problemas, faz-me sentir entretida e menos sozinha, faz-me esquecer o passado, nem que seja por meia hora diária. Todos nós temos os nossos métodos para esquecer. O meu pode ser bem parolo, mas que me faz rir às gargalhadas, faz. E lá no fundo, bem no fundo, ainda aprendemos algumas coisas com eles.

sábado, 18 de outubro de 2014

#VocêsSabemLá



Adoro o meu clube. Sou bairrista, sou uma menina de Alvalade e este é o clube do meu bairro. A minha família torce por ele. O leão é um ícone para mim, um símbolo de força, coragem e dedicação. O verde é a minha cor. Sou sportinguista e foi esta a escolha que fiz quando comecei a gostar de futebol.

#VocêsSabemLá é o novo hashtag associado a este meu clube do coração. O clube (ou a equipa de marketing por detrás dele) quer que nós aficionados demos a conhecer ao mundo o que nos difere de todos os outros que não escolheram pertencer a esta família.

Não sendo melhores nem piores que os outros, senti na pele o que era ser de um clube diferente da norma quando me mudei para a Invicta. Lá vivi quase cinco anos e cruzei-me com poucos sportinguistas. E como se não me bastasse o rótulo de moura, os ânimos descambavam ainda mais por saberem que não era benfiquista (sim, há imensos portuenses apoiantes deste clube lisboeta. Curiosamente, alguns deles cismam em dizer que odeiam a cidade de Lisboa). 

Tudo o que é exagero é escusado. Ainda assim, senti uma pontinha de orgulho (ok, gigante) por vencer na terra onde era vista como um alien devido às minhas escolhas clubísticas. #VocêsSabemLá a pica que me dá.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Self-Love.




Sou uma eterna romântica. Claro está, que a culpa é da Disney e dos filmes que papei toda a minha infância. Acredito no amor, na amizade e ligações eternas. Seria incapaz de estar com uma pessoa sem a amar verdadeiramente e, se não gosto de uma pessoa, não consigo disfarçar o meu desinteresse.

De vez em quando, o Universo dá me um abanão como se me quisesse dizer que estou errada, que as pessoas não estão para aí viradas, que nada é eterno e que os meus pensamentos e desejos não são mais que utópicos.

Sei que já fiz tudo por amor e, ainda assim, o tudo não chegou. Podia desistir de acreditar, mas entretanto, como eterna optimista, vou-me amar a mim mesma como se não houvesse amanhã.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Do pensamento positivo.


Se estás desempregado/a.
Tens tempo para ti.
Se está frio, chuva e tens o nariz a pingar.
A melhor desculpa para te enrolares no sofá a ver trash TV.
Se o teu peixinho amarelo foi desta para melhor.
O teu outro peixinho ganhou mais espaço no aquário.
Se estás solteiro/a, inesperadamente.
Tens mais tempo para dedicar aos teus amigos e família.
Se consideravas uma pessoa tua amiga e já demonstrou que não o é.
Não perdes nada, acredita.
Se te chamam para uma entrevista e não correu bem.
Já conheceste mais um escritório em Lisboa. E a vista, não é linda?
Se achas que o universo, por vezes, conspira contra ti.
Antes da meia-noite ainda te dá uma boa surpresa.
Se tens de voltar a morar em casa dos pais.
Tens comida e roupa lavada.

Se sentes isto tudo e muito mais.
Escreve um blogue.